Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Um cunhado muito amigo!

Em Várzea Alegre, nos anos setenta, não havia tanta água armazenada em represas como atualmente. Hoje tem açude no São Vicente, no Baldinho, em Cariús, no Iguatu e outros tantos nos arredores. Balneário era o Caldas de Barbalha. Não havia Arajara nem Trussu.
Naquela época, uma gota era um açude. E se chovia no carnaval então nem se fala, balneário oficial e familiar era Cachoeira Dantas!
O carnaval de Várzea Alegre é tradicionalmente o melhor da região. Com chuva! Melhor ainda, porque os agricultores felizes com seus plantios deixavam-na mais festiva.
Uma tarde de domingo de carnaval, Cachoeira Dantas transbordando e um cunhado maluco. Falta alguma coisa? Claro que não! Ele tinha uma “pick up C 10”. Convida a mulher, os filhos e as cunhadas para a bela tarde de lazer. E vamos todos. Ele gostava de ver todo mundo feliz, divertindo-se à custa de suas brincadeiras. Rolava uma bebidinha para os maiores. Rum sem gelo e cajarana verde como tira gosto. Haja estômago!
Na festa que durava uma tarde, uma das cunhadas recusava-se a sair da água para ir embora. Todos prontos para o retorno à cidade, menos a cunhada, ela queria curtir um pouco mais aquela correnteza, aquele rio. O Chefe da tribo, que era o dono do passeio e deveria dar bom exemplo, ao invés de cuidar do bando, amarra uma corda no pé da tal cunhada e deixa que ela vá para as profundezas do rio. Deixa ir enquanto a corda der. Dando corda para ver até onde vai na sua brincadeira. Arrastando-a de volta para a margem do rio, bancando o engraçadinho. Eu amo esse meu cunhado! Era muito divertido. Ele e a turma toda!
Às vezes fico pensando nas horas alegres que juntos passamos numa cidade em que o lazer era quase uma vez por ano...
Oh, Várzea Alegre boa, quanta história temos pra contar!
Um dia escreverei a tua História.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pedras...

Pedra?  Livro?
Livro-pedra? Pedra-livro?
Eu nunca vi, mas como entre o Céu e a Terra há mais coisas do que se possa imaginar, eu não sou demente a ponto de duvidar. Está escrito, não nas estrelas, mas numa revista que tive acesso semana passada.
Pois não é que o Poeta escreve em Pedras! E não estamos na Idade da Pedra. Pleno Século XXI!
Pensar na palavra pedra, relembro as minhas origens.
Volto a minha infância, lá no sertão do Ceará. Havia um homem que costumava ajuntar pedras no caminho. Falavam que ele não era muito bom das idéias. Era casado, tinha filhos, mas ajuntava pedras no caminho. Por quê? Eu sempre tive curiosidade de saber. Mas o louco era ele e não eu. Como perguntar a um maluco das idéias que idéia maluca era essa de carregar pedras?
O poeta diz que tinha uma pedra no meio do caminho, mas não era só, não. Eu me lembro. Eram muitas. Eram porções em vários pontos. Ele fazia marcações por onde passava deixando montinhos de pedras. Não eram pedras grandes, mas eram várias e de tamanhos diversos.
Carregar pedras, carregar... Faz-me lembrar um dos seguidores do meu blog. Menino inteligente. Escreveu no seu perfil: Carregando...
E eu, inocentemente, parei na frente do monitor para vê-lo carregar... O quê? Estou esperando até hoje. Não na frente do monitor, porque não sou carregadora de pedras que nem o outro. Eu carrego também, dentre outras coisas, idéias para não deixar os meus seguidores a ver navios... Mas confesso que gostaria de saber o que carrega um adolescente universitário dentro dos sonhos que a vida oferece.
Não tenho a menor curiosidade de saber o tamanho da pedra que estava no meio do caminho, nem para onde foram as pedras que o louco colecionava.
Uma conhecida nossa tem por hobby colecionar pedras. Não são pedras preciosas, mas de valor inestimável. Coleciona pedras que ganha ou colhe por onde vai. Para quê? Também não sei.
Cada louco com sua mania. Um carrega. Outros juntam. Outro escreve poesia. E o outro apenas diz que havia uma pedra no meio do caminho. Mais nada. Ninguém viu para ter noção
Do valor ou tamanho. Se poderia removê-la. Ou se teria que escalar. SABE-SE QUE HAVIA UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO. E ERA LONGE DO AJUNTADOR DE PEDRAS. Este não tomou conhecimento, senão a teria retirado também.
Assim é a vida. Cada um com seu dom, sua missão, competência, habilidade. Ajuntar, carregar e depois espalhar abraços e sorrisos para que o mundo viva melhor!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sem chip

Não nos colocaram chip ainda. Mas há pessoas que sabem imprimir nas outras, certos estigmas, se é que se pode falar assim. Todos nascem com suas características pessoais, próprias, individuais, independente da cor, da orientação sexual, do papel que desempenha.
O que torna o humano bonito é esta diversidade: preto, branco, moreno, hoje ninguém mais se declara moreno. Diz-se pardo. Pardo, pra mim, é cor de burro quando foge. Moreno! Cor daqueles que trazem na pele a mistura das raças. Como se houvesse mais de uma.
Porém a personalidade, essa ninguém imprime. O caráter. O Jeito de ser. Podem até pensar que moldam, lapidam como se fosse uma pedra bruta que toma a forma que o outro quiser.
A família educa à sua maneira. A escola complementa o seu saber. O meio dita algumas regras. Mas o HD Humano... Aquele que é único e que registra cada impressão vivida a partir da concepção e que ninguém tem acesso é individual. Porque ninguém penetra.
Estudiosos tentam desvendar os seus mistérios. É sensível e pode registrar mais do que se imagina. Vai guardando e é difícil de apagar. Coisas boas, coisas tristes, coisas que não deveria guardar. Vai levando dentro de si. Não há muitas vezes a intenção, mas uma palavra é capaz de penetrar-lhe a alma e pronto. É para sempre. Como o ferro quente que marca a rês.
O ferro invisível já foi impresso e a marca registrada não se apaga e tem um poder destruidor
Se for mal dita.
Certa vez, na escola, a professora deixou um recadinho na prova: Você é boa aluna, estudiosa, inteligente, mas é indelicada por natureza...
Pronto! O ferro quente baixou e o HD registrou. O que é ser indelicada por natureza? É ter personalidade e não se render aos caprichos dos outros. É ser autêntico e não ser do mesmo partido político em cidade pequena. É ser forte, lutador. É ser gente! Não ser manipulado como um ventríloquo, um fantoche. É ser você mesmo, verdadeiro e sempre. Falar a verdade. A sua verdade, o que você acredita mexe com o brio dos outros. Há pessoas que preferem a falsa verdade. O engano. Falar a verdade para esses é ser indelicada por natureza.
Levam-se anos tentando deletar o que não interessa mais ou nunca interessou, mas ETA bichinho difícil de se apagar.
Se todos compreendessem melhor essa parte humana, talvez imprimissem mais o bom caráter, porque teriam mais respeito e cuidado com as palavras a serem ditas, proferidas e inculcadas no cérebro ouvinte...

Meu segundo Haicai


Silêncio vida
Cresce, luta, vivencia
 Vida silêncio
          Artemísia

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Amor virtual

Pensando bem, não é difícil viver um amor virtual. As coisas acontecem bem na nossa cara e não nos damos conta.
Levei dias achando que não conseguiria escrever sobre tal assunto. Quando de repente, bem ao alcance da mão, um mini Aurélio, século XXI!
A idéia não poderia ser melhor. Abro. Olho. Leio. E a definição salta em 3D na minha frente.
Vir.tu.al adj2gn. 1. Que existe como faculdade, porém sem efeito atual. 2. Suscetível de realizar-se; potencial. 3. Inform. Que é efeito de emulsão ou simulação...
Escolho a opção dois. Amor virtual e virtuoso!
Viver um amor virtual há mais de trinta anos. Simples assim...
Adolescentes. Moravam na mesma cidade. Estudavam na mesma única escola. Os amigos eram comuns aos dois. A vida era sem grandes realizações. Mas o amor era virtual.
Ela no interior. Ele na capital. Sempre quis dar umas voltas pelo mundo à procura de melhores dias. Mudou-se de uma capital para outra. E o amor virtual foi acontecendo dentro das possibilidades.
Não havia outra forma de comunicação além de cartas através dos Correios. Década de setenta. Intelsat? Somente conheciam na música de Paulo Diniz. Mas o amor era virtual. Tão virtual se fez que são casados há mais de trinta anos e têm três filhos maravilhosos...
Quer amor mais virtual que esse? Faça a experiência sem medo de ser feliz.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Lista de Amigos

Pensar nos amigos, grandes amigos, para fazer a Lista como diz Oswaldo Montenegro: ”quem você mais via há dez anos atrás”.
A minha Lista com certeza é muito grande. Convivo com pessoas em casa, na rua, no trabalho, na Igreja. Não correrei o risco de listá-los. Poderia esquecer algum e magoá-lo para sempre. E amigo é para ser amado, nunca magoado.
Andei lendo alguns livros nestas férias que me fizeram refletir sobre o amor, sobre a amizade. Sobre o que é simples, óbvio e corriqueiro, que de tão presente em nossa vida esquecemo-nos de olhá-lo. De perceber e valorizar.
Meus amigos, grandes amigos, melhores amigos, amigos íntimos, amigos amigos, amigos de fé, irmãos, camaradas sempre ao meu lado. Contar com vocês. Ter certeza de suas presenças. Manter o elo sempre firme. Olhar nos olhos. Ser presença. Estar presente. Fazer a Lista pra quê?
A sugestão do poeta é para aqueles que esquecem o valor das coisas simples. É uma forma de resgatá-los. Sei. Às vezes, a distância nos engana. Separa. Leva para longe. Perdemos o contato.
Seria ideal que mantivéssemos um fio por frágil que fosse, mantivéssemos. Porém as pessoas mudam.  Mudam-se e nos esquecem. Também nós as esquecemos de cultivar, de cativar e quando percebemos já vão longe. Porque deixamos que aconteçam as separações. Não são eles, somos nós, os culpados do fio desandar. Arrebentar.
Tratemos por inteiro das nossas amizades. Elas nos fazem conexos. Vivos. Somos os responsáveis, porque cativamos. Não esperemos que eles nos venham cobrar a nossa lembrança. Sejamos os fortes, permanecendo atentos.
Todos e cada um têm a sua parcela na responsabilidade assumida diante da amizade. A vida nos cobra esses laços. É tão simples mantê-los. Mais difícil é reconquistá-los.

                                       Artemísia