Em Várzea Alegre, nos anos setenta, não havia tanta água armazenada em represas como atualmente. Hoje tem açude no São Vicente, no Baldinho, em Cariús, no Iguatu e outros tantos nos arredores. Balneário era o Caldas de Barbalha. Não havia Arajara nem Trussu.
Naquela época, uma gota era um açude. E se chovia no carnaval então nem se fala, balneário oficial e familiar era Cachoeira Dantas!
O carnaval de Várzea Alegre é tradicionalmente o melhor da região. Com chuva! Melhor ainda, porque os agricultores felizes com seus plantios deixavam-na mais festiva.
Uma tarde de domingo de carnaval, Cachoeira Dantas transbordando e um cunhado maluco. Falta alguma coisa? Claro que não! Ele tinha uma “pick up C 10”. Convida a mulher, os filhos e as cunhadas para a bela tarde de lazer. E vamos todos. Ele gostava de ver todo mundo feliz, divertindo-se à custa de suas brincadeiras. Rolava uma bebidinha para os maiores. Rum sem gelo e cajarana verde como tira gosto. Haja estômago!
Na festa que durava uma tarde, uma das cunhadas recusava-se a sair da água para ir embora. Todos prontos para o retorno à cidade, menos a cunhada, ela queria curtir um pouco mais aquela correnteza, aquele rio. O Chefe da tribo, que era o dono do passeio e deveria dar bom exemplo, ao invés de cuidar do bando, amarra uma corda no pé da tal cunhada e deixa que ela vá para as profundezas do rio. Deixa ir enquanto a corda der. Dando corda para ver até onde vai na sua brincadeira. Arrastando-a de volta para a margem do rio, bancando o engraçadinho. Eu amo esse meu cunhado! Era muito divertido. Ele e a turma toda!
Às vezes fico pensando nas horas alegres que juntos passamos numa cidade em que o lazer era quase uma vez por ano...
Oh, Várzea Alegre boa, quanta história temos pra contar!
Um dia escreverei a tua História.