Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Salve!

15 de outubro, Dia do Professor e da Professora também!
Dia de quem ensina e muito mais aprende!
Parabéns a quem se sente nesta categoria, desvalorizada, desrespeitada, mas necessária!

sábado, 4 de novembro de 2017

Dia do Professor!

Que todo dia é Dia do Professor não discordo, porque há sempre alguém ensinando e alguém aprendendo em todos os cantos do mundo todos os dias. Todavia é muita coincidência, se há outro nome não sei, você, professora, num dia 15 de outubro, Dia dedicado a Santa Teresa de Ávila, padroeira dos Professores, é reconhecida por alguém que um dia foi seu aluno...
Pois bem, ao entrar na condução, dirigindo-se ao bairro vizinho para uma reunião, às 9h  da manhã de um belo domingo, um jovem com sua latinha em mãos, bebendo lá sabe Deus o quê, olha para trás e ao Vê-la grita: “Olá, D. Francisca, como está a senhora?”
Comento baixinho com quem está ao meu lado: “Que legal, ele lembra que fui sua professora, mas não lembra o meu nome”. E a figura responde: “ Passei, a aprovação automática está aí pra isso.”
Calei-me, pois a bruxa ali era eu! Não era Halloween, mas havia mais jovens fantasiados. Não sei se de baile de fantasias, ou carnaval fora de época. O jovem, ex-aluno, saltou num ponto anterior ao meu.
Outro jovem começou a cantar um louvor a Deus... Vida que segue, pensei. Desci no meu devido ponto e segui pensando:
“Pobre jovem, não compreendeu que a aprovação automática deve ser a consequência do seu estudo, a soma de um novo saber aos seus saberes ou de novos saberes ao seu saber”.

Aprovação automática vazia, sem adição de novos conhecimentos apenas contribui para a reprovação que a vida se encarrega de oferecer também automaticamente! 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Quando carreguei o burro nas costas...

Era eu vinte anos mais moço, quando voltava a pé para casa pela estrada principal onde circulam os ônibus e outros veículos, inclusive carroças. Pois bem, vínhamos e a mulher conversando, quando estamos juntos não falta assunto. O que não percebemos, porque não temos olhos nas costas para vermos o que se passa atrás da gente, você sabe o que quero dizer.
Como estava falando, vínhamos andando e conversando distraidamente, quando senti um peso nas costas, havia uma leve inclinação na estrada e era uma esquina. Tentei segurar, mas senti que seria em vão por mais esforço que fizesse para sustentá-lo, eu é que estava sendo o burro de carga, levando uma carroça com seus dois burros nas costas!
O burro, animal irracional, sem controle do outro burro condutor, levou-me ladeira abaixo. A carroça rasgou minha camisa, minha pele e até hoje sofro as dores na coluna. Tudo isso para deixar de ser burro e querer levar dois burros nos ombros!

A mulher ri até hoje quando se lembra da cena. É porque não foi ela a carregar o peso do constrangimento de ser arrastado e machucado, inclusive por ela, a égua que ri desde aquele bendito dia ao entardecer, há mais de vinte anos!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Mulher



Mulher
Que vida traz
a outro ser semelhante
brilha às vezes muito mais
do que o melhor brilhante

Ela é Luz
Ela é Flor
É o Sol que nos aquece
quando traduz
seu amor
no embalo de uma prece

Mulher
O teu lugar,
na Bíblia, é dito por Deus
não acima,
não abaixo,
foste tirada do meio
E o homem que a ti devora
nem mesmo sabe a que veio

Serás
mulher luz,
mulher flor,
mulher máquina
e amor
Tudo isso e
muito mais
no dia em que
fores capaz
de ser uma mulher,
mulher!

"30 de setembro de 1990.
6ª Maratona Bíblica
Paróquia Nossa Senhora das Graças
Vila Nova - Campo Grande-RJ

1º lugar
Prêmio: Bíblia de Jerusalém"

Artemísia




segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Eu, a Leitura e a Escrita


Minhas memórias literárias...
Por morar na roça, em local que não havia Escola, meus primeiros contatos com a Literatura foram pela oralidade. Minha mãe era uma contadora de histórias. Meu pai sempre relatava suas memórias e seus diários de viagens. Uma irmã mais velha também contava histórias da Carochinha, A Moura Torta, Maria lavou pé, lavou mão e já foi se deitar! Ah, meu príncipe encantado... De forma que sempre tive ouvidos preparados para histórias, inclusive histórias fantásticas de Lobisomens reais que apareciam lá pela região onde residíamos. As pessoas garantiam que conheciam quem se transformava em noite de lua cheia. E os fogos fátuos que tanto nos apavoravam?! Não havia energia elétrica no município.

Quanto ao letramento... A velha e boa Carta de ABC de cor e salteada, a Cartilha e o primeiro Livro. A aprovação era automática. Quem sabia ler ensinava ao próximo. Era quase lei. Rabiscava na areia do riacho minhas paisagens. Aos 10 (dez) anos conheci uma Escola de verdade. Fui morar na cidade com a irmã mais velha, a contadora de histórias, após seu casamento. Já havia desasnado. Fui matriculada na primeira série de uma Escola Pública. Mais tarde, no Ginásio, um colega adolescente que, poeta, declamador de poesias, sobrinho de um padre, tinha acesso à Literatura Escrita foi o meu guru literário. Foi através dele que teve sequência a minha via deleitora de leitura!

Artemísia, eu!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Severina, Eu!

(Em um passeio a um dos vários brasis!)

Você sai do seu mundinho torrão pequeno, amado. Lá você também não é você. Você é o filho, o irmão, o tio, o amigo... Você não é só você, você é mais o outro... Segundo a filosofia do meu melhor amigo e companheiro de caminhada. Mas não é sobre filosofias que quero falar. Hoje o assunto é preconceito. Sei, eu sou uma pessoa muito preconceituosa, não nego. Não descreverei meus preconceitos justamente para que todos ponham os seus miolos para funcionar querendo sabê-los. Não os digo! Isso é problema meu. Tenho que aprender a conviver com eles. Calma! Vou escrever o que quero dizer.
Numa viagem a um lindo lugar deste país e há muitos para se ver. Brincando alegremente, falando, coisa que não tenho medo e não gosto de fazer em silêncio, escuto alguém do meio do grupo dizer: “Ela é nordestina.”.
Não sei por que, mas não consigo ficar calada quando ouço esta expressão. Corre nas minhas veias um sangue vermelho sangue que explode em questão de segundos e já se ouve em tom mais forte que o vermelho sangue uma resposta aos curiosos: Sou nordestina, do Ceará, embora more no Rio de Janeiro há 34 anos. Sou cearense, nordestina, brasileira e amo este maravilhoso país!
Faz-se um silêncio, talvez para escutar de onde vem o barulho ou simplesmente para repensar quem teve a brilhante ideia de emitir tal som que me fez ouvir e aí alguns explodem em gargalhadas cínicas, porque para muitos ser nordestino é ser sinônimo de severino, retirante, analfabeto, invasor... Reconheço a minha condição severina, mas sou Antonia, poderia ser Maria, Joana, Benedita...

Brasil, país gigante que deveria ser amado por todos onde todos fossem respeitados como irmãos!

Quando o brasileiro será "brasileiro" em qualquer ponto deste imenso país?!

Artemísia 

domingo, 2 de novembro de 2014

Meu primeiro cordel

José e Acilene
Uma infeliz história de amor
 


 

A história que lhe conto    
Sei não é novidade
Mas aqui eu a escrevo
Para mostrar a maldade
De um homem sem caráter
De tamanha crueldade
 
Acilene, moça simples  
De baixa estatura
Muito simpática e feliz
Uma boa criatura
José, homem cruel
É engano e tortura
 
Na década de 70  
Nasce um caso de amor
Tipo Romeu e Julieta
Tristão e Isolda, que dor
Mas esse ao contrário
Sem respeito, sem amor
 
Uma menina moça  
Já mais moça que menina
Em casar tinha sonhado
Não sabia a triste sina
O destino reservara
Àquela doce menina
 
Sua paixão é tamanha  
Não há homem igual
Aquele é felizardo
Vão se casar afinal
Ele é seu bem maior
Não lhe fará nenhum mal
 
Sonhando, sempre sonhando  
Não enxerga a menina
Que o amor é a teia
Que envolve e arruína
Da veia suga o sangue
Um belo dia termina
 
José, homem pacato  
Vivia com sua Maria
Descansava à noite
Se trabalhava de dia
Não era rico, de posses
Nem na miséria vivia
 
Ele casado com filhos    
Ela solteira com fé
Mais que tudo na vida
Pensa no amado José
A menina engravida
Não vendo quem ele é
 
Ele nascido nas Bravas    
Ela no Poço do Mato
Comarca de Cariús
Logo fizeram o trato
De casar e viver juntos
Serem felizes de fato
 
Acilene amando José
Ele ignora o que sente
O acordo entre eles
Aconteceu simplesmente
Ninguém sabe, ninguém viu
Foi entre os dois somente
 
Se casou, eu não sei onde
Mas eu ouvi tal boato
Fato que ninguém esconde
Lá pelo Poço do Mato
Se casa e se livra dela
Um ocorrido de fato
 
Viu em José, Acilene      
Um amor tão desgraçado
Como a paixão é cega
Não vê amor arruinado
Não enxerga consequências
Será feliz a seu lado?
 
Seguiu caminho a fora      
Arrastou pela estrada
Não dando chance nenhuma
Para ser argumentada
Nem se preocupar se doía
A pele já encarnada
 
Sofrendo foi humilhada       
Sem direito de defesa
Amor virado em ódio
Faltando delicadeza
Corpo inteiro em trapos
Da vida tira beleza
 
Deus do céu que covardia
Não sabe o que ela sente
No ventre leva um ser
Outra criança inocente
Começando sua dor
O que vai a sua mente?
 
José já transtornado
Ignora o sofrimento
Elimina uma vida
Não há nele sentimento
Sua querida e amada
Torna-se o seu tormento
 
O amor vira tragédia             
De sangue fica manchada
Ninguém sabe ao certo
Como ela é machucada
José mata Acilene
De faca, facão, enxada?
 
Mata e não tem remorso     
Não tira só uma vida
Joga dentro do saco
Começando a corrida
Para esconder o corpo
Dando fim a sua lida
 
Joga no fundo do açude       
Deus do céu que agonia
Fácil será de encontrar
O corpo que ali jazia
Desfazendo à noite
O enterro que fez de dia
 
Vindo a polícia atrás                 
Investigar trama terrível
Descobrir onde ela está
Até hoje impossível
Não gosto de pensar
Neste caso inesquecível
 
No verão o açude seca               
Onde o corpo foi jogado?
Um lugar que seja certo
Até o pai é julgado
Nunca foi descoberto
E nunca será provado
 
Lá vai caminho acima            
Ou vai caminho abaixo
Veredas de pedregulho
Escodem um riacho
Bem pequeno, tão raso
Pensa isso é o diacho
 
Não sabe onde deixar           
Porque nisso não pensou
Somente em tirar a vida
Que a ele se dedicou
Não pensa nas consequências
Que Deus a ele reservou
 
Acilene, pobre jovem                
Que ficou sem mausoléu
Para conversar com Deus
Levando consigo o véu
Da tormenta e da dor
Foi direto para o céu
 
Que aconteceu a José   
Ninguém sabe ao certo
Desencadeou o mal
Eu não estava por perto
Depois dessa tragédia
Foi cadeia seu deserto
 
A família não tem paz     
José foi pra prisão
Morreu seco na cadeia
Nas bandas do Maranhão
Pagou com o sofrimento
O homem sem coração
 
Sítio Bravas jamais viu               
História tão escabrosa
Um homem desumano
Uma cobra venenosa
Que trata como megera
Uma mulher, uma rosa
 
Esse caso foi único                   
Abalou os moradores
Todos daquele lugar
Sofreram com os horrores
Diziam a coitadinha
Suportou tantas dores
 
Quem na vida caminha           
Pensando estar seguro
Sem olhar para os lados
Se perde no seu futuro
Cai da escada, se ferra
Dá com a cara no muro
 
Há gente que ainda lembra                    
Outra já esquecera
Povo de memória curta
Nem conta ao que nascera
De 80 para cá
O quanto ela sofrera
 
Fazendo este cordel                    
Sendo fiel à história
Dando volta ao passado
Rebuscando a memória
Espero ter sido clara
Aqui não contei vitória
 
Porque em amor maldito  
Não pode ter vencedor
Acilene sofreu só
Quem soube o seu pavor
Sem ninguém para socorrer
No seu lamento, na dor
 
Artemísia