Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mais uma de criança


Como é bela a inocência.
A criança de cinco aninhos chega a minha casa, rasga um papel muito colorido e cheio de palavras que encontra dando sopa sobre a mesa da cozinha. Era uma daquelas propagandas de vendas de moradias, de condomínios.
A mãe reclama. Diz que na rua ele cata lixo e pede para ela guardar. Já na casa dos outros ele rasga o papel e não se incomoda de rasgá-lo. E se fosse um documento, pergunta a mãe.
Enquanto dona da casa onde estamos, não do referido papel, digo para ele que se fosse um documento, o papel que ele rasgou, eu o levaria à polícia. E ele na calma de alma inocente de cinco anos diz: ”não era documento, não. Documento é cartão e não tem tanta propaganda escrita assim”.
Abracei-o e beijei, louvando a sua inteligência, seu rápido raciocínio.
O cérebro adulto levaria muito mais tempo para elaborar a resposta. Ele, não. Parecia adivinhar o que a mãe falaria ao ver sua atitude diante de um papel sem valor. A resposta rápida e criativa só me faz pensar na beleza “da resposta das crianças” que tantas vezes deixamos de ouvir e de considerar tamanha grandeza.

        Artemísia

domingo, 12 de dezembro de 2010

Criança, criança!

Leitura não verbal. Qualquer profissional de letramento sabe da leitura precedente à leitura da Escola. A leitura incidental. A leitura de mundo que Paulo Freire nos deixa bem clara. A leitura do seu entorno. O seu repertório verbal e não verbal.
Preparava-me a sair de casa para ir ao centro comercial do bairro onde moramos. Minha filha de uns poucos aninhos pede que eu traga para ela uma revistinha da Turma da Mônica. Digo-lhe que ela não sabe ler. Na época eu já tinha dois filhos, ela e o irmão mais velho que por sinal já ganhava as tais revistinhas. E a menina, na sua mais pura autoridade, arrasta uma daquelas respostas que cabeça de mãe muito mais ocupada esquece facilmente: “Mas não foi a senhora mesma que me disse que olhando as figurinhas se aprende a ler?
A mãe, após o susto do que falou, talvez impensadamente, não teve palavras.  Trouxe a revistinha para a filha que nunca mais parou de ler...

                                  Artemísia

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Praça


Seu pai é nome de praça?
O meu é. Mas é uma história por demais interessante.
Graças a Deus, eu tenho vários dons e um deles é ser metida a escrever quando me pedem.
O prefeito da cidade mais uma vez é nosso primo. O meu irmão caçula trabalha com ele, na prefeitura. Sonda a possibilidade de “batizar” com o nome do nosso pai a pracinha que fica em frente a casa onde nossa mãe, aos 93 anos, mora. O assunto foi levado à Câmara dos Vereadores. Um vereador, interessado no assunto, pede que se faça uma biografia e dá entrada ao processo. Escrevo a curta biografia e passo ao irmão que havia iniciado o contato.
Começa-se a ouvir histórias e mais histórias com relação ao nome da tal praça...
Pobre irmão e pobre família!
Aguardamos o grande dia. Esperávamos a homenagem ao Senhor nosso pai. A festa de inauguração foi preparada para o dia trinta e um de janeiro. O aniversário do pai é dia nove do mesmo mês. A festa que seria em homenagem ao pai, foi ao filho. Não ao filho encarregado do nome da praça, mas a outro filho.
Vieram os discursos. Em toda inauguração de praça há discursos. Ainda mais em ano de campanha eleitoral.
Aguardamos um pouco mais. Vestimos a nossa melhor roupa. Acreditávamos que estávamos lá para representá-lo. E mais discursos: de prefeito, ex-prefeito, governador e até do aniversariante. Só não houve discurso do secretário de finanças...Que era o outro irmão!
É chegada a hora de descerrar a placa. Porém neste momento já não estávamos na praça, mas na calçada da casa onde mora a nossa mãe. O coração chorando ao ver que a praça ganhou o seu nome, mas a homenagem foi para o filho.


Artemísia

domingo, 5 de dezembro de 2010

Para Renata Jaiane

Seja bem vinda!
Leia, critique, tome partido, posicione-se, a casa é sempre sua...
Estamos aqui para compartilhar, fique à vontade.
Obrigada por sua presença!
Beijos de Arté.