Leitura não verbal. Qualquer profissional de letramento sabe da leitura precedente à leitura da Escola. A leitura incidental. A leitura de mundo que Paulo Freire nos deixa bem clara. A leitura do seu entorno. O seu repertório verbal e não verbal.
Preparava-me a sair de casa para ir ao centro comercial do bairro onde moramos. Minha filha de uns poucos aninhos pede que eu traga para ela uma revistinha da Turma da Mônica. Digo-lhe que ela não sabe ler. Na época eu já tinha dois filhos, ela e o irmão mais velho que por sinal já ganhava as tais revistinhas. E a menina, na sua mais pura autoridade, arrasta uma daquelas respostas que cabeça de mãe muito mais ocupada esquece facilmente: “Mas não foi a senhora mesma que me disse que olhando as figurinhas se aprende a ler?
A mãe, após o susto do que falou, talvez impensadamente, não teve palavras. Trouxe a revistinha para a filha que nunca mais parou de ler...
Artemísia
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