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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Quando carreguei o burro nas costas...

Era eu vinte anos mais moço, quando voltava a pé para casa pela estrada principal onde circulam os ônibus e outros veículos, inclusive carroças. Pois bem, vínhamos e a mulher conversando, quando estamos juntos não falta assunto. O que não percebemos, porque não temos olhos nas costas para vermos o que se passa atrás da gente, você sabe o que quero dizer.
Como estava falando, vínhamos andando e conversando distraidamente, quando senti um peso nas costas, havia uma leve inclinação na estrada e era uma esquina. Tentei segurar, mas senti que seria em vão por mais esforço que fizesse para sustentá-lo, eu é que estava sendo o burro de carga, levando uma carroça com seus dois burros nas costas!
O burro, animal irracional, sem controle do outro burro condutor, levou-me ladeira abaixo. A carroça rasgou minha camisa, minha pele e até hoje sofro as dores na coluna. Tudo isso para deixar de ser burro e querer levar dois burros nos ombros!

A mulher ri até hoje quando se lembra da cena. É porque não foi ela a carregar o peso do constrangimento de ser arrastado e machucado, inclusive por ela, a égua que ri desde aquele bendito dia ao entardecer, há mais de vinte anos!

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