AS MONJAS DE MANKATO
“A PLASTICIDADE DO CÉREBRO não só ajuda na recuperação, mas pode desempenhar um papel na prevenção de doenças cerebrais. Para ter prova disso, basta visitar a escola do mosteiro das irmãs de Notre Dame, na remota Mankato, Minnesota. Muitas freiras têm mais de 90 anos e um número surpreendente chega aos 100; em média, vivem muito mais do que as pessoas em geral. (...)
Instigadas por sua crença em que “mente desocupada é oficina do diabo”, as monjas desafiavam-se obstinadamente com testes de conhecimentos vocabulares, quebra-cabeças e debates sobre cuidados com a saúde. Realizavam seminários semanais sobre acontecimentos correntes e escreviam com frequência em seus diários. A irmã Marcella Zachman, tema de uma reportagem na revista Life em 1994, só parou de dar aulas na escola do mosteiro quando completou 97 anos. A irmã Mary Esther Boor, também apresentada na Life, ainda trabalhava na recepção aos 99 anos.
Snowdon, que examinou mais de 100 cérebros de monjas mortas, (...) apurou que as monjas que tinham obtido diplomas universitários, estavam lecionando na escola do mosteiro e continuavam na velhice a exercitar suas mentes, de forma constante, enfrentando novos desafios, viviam mais e resistiam melhor ao mal de Alzheimer do que as monjas que tinham níveis inferiores de educação formal e passavam a maior parte do tempo limpando os quartos ou preparando as refeições. A conclusão de Snowdon e a de outros cientistas que estudaram o envelhecimento do cérebro, é que qualquer atividade intelectualmente provocante estimulará o crescimento dendrítico, aumentando o número de conexões neurais no cérebro.”
Fragmento extraído de Ratey, John J. O cérebro – Um guia para o usuário. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
Nossa! Que texto interessante! Vou procurar esse livro, com certeza!
ResponderExcluirMuito obrigada por compartilhar conosco.
Abraço.
Eliana.