Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Severina, Eu!

(Em um passeio a um dos vários brasis!)

Você sai do seu mundinho torrão pequeno, amado. Lá você também não é você. Você é o filho, o irmão, o tio, o amigo... Você não é só você, você é mais o outro... Segundo a filosofia do meu melhor amigo e companheiro de caminhada. Mas não é sobre filosofias que quero falar. Hoje o assunto é preconceito. Sei, eu sou uma pessoa muito preconceituosa, não nego. Não descreverei meus preconceitos justamente para que todos ponham os seus miolos para funcionar querendo sabê-los. Não os digo! Isso é problema meu. Tenho que aprender a conviver com eles. Calma! Vou escrever o que quero dizer.
Numa viagem a um lindo lugar deste país e há muitos para se ver. Brincando alegremente, falando, coisa que não tenho medo e não gosto de fazer em silêncio, escuto alguém do meio do grupo dizer: “Ela é nordestina.”.
Não sei por que, mas não consigo ficar calada quando ouço esta expressão. Corre nas minhas veias um sangue vermelho sangue que explode em questão de segundos e já se ouve em tom mais forte que o vermelho sangue uma resposta aos curiosos: Sou nordestina, do Ceará, embora more no Rio de Janeiro há 34 anos. Sou cearense, nordestina, brasileira e amo este maravilhoso país!
Faz-se um silêncio, talvez para escutar de onde vem o barulho ou simplesmente para repensar quem teve a brilhante ideia de emitir tal som que me fez ouvir e aí alguns explodem em gargalhadas cínicas, porque para muitos ser nordestino é ser sinônimo de severino, retirante, analfabeto, invasor... Reconheço a minha condição severina, mas sou Antonia, poderia ser Maria, Joana, Benedita...

Brasil, país gigante que deveria ser amado por todos onde todos fossem respeitados como irmãos!

Quando o brasileiro será "brasileiro" em qualquer ponto deste imenso país?!

Artemísia 

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