(Em um passeio a um dos vários brasis!)
Você
sai do seu mundinho torrão pequeno, amado. Lá você também não é você. Você é o
filho, o irmão, o tio, o amigo... Você não é só você, você é mais o outro...
Segundo a filosofia do meu melhor amigo e companheiro de caminhada. Mas não é sobre
filosofias que quero falar. Hoje o assunto é preconceito. Sei, eu sou uma
pessoa muito preconceituosa, não nego. Não descreverei meus preconceitos
justamente para que todos ponham os seus miolos para funcionar querendo
sabê-los. Não os digo! Isso é problema meu. Tenho que aprender a conviver com
eles. Calma! Vou escrever o que quero dizer.
Numa
viagem a um lindo lugar deste país e há muitos para se ver. Brincando
alegremente, falando, coisa que não tenho medo e não gosto de fazer em
silêncio, escuto alguém do meio do grupo dizer: “Ela é nordestina.”.
Não
sei por que, mas não consigo ficar calada quando ouço esta expressão. Corre nas
minhas veias um sangue vermelho sangue que explode em questão de segundos e já se
ouve em tom mais forte que o vermelho sangue uma resposta aos curiosos: Sou
nordestina, do Ceará, embora more no Rio de Janeiro há 34 anos. Sou cearense,
nordestina, brasileira e amo este maravilhoso país!
Faz-se
um silêncio, talvez para escutar de onde vem o barulho ou simplesmente para
repensar quem teve a brilhante ideia de emitir tal som que me fez ouvir e aí
alguns explodem em gargalhadas cínicas, porque para muitos ser nordestino é ser
sinônimo de severino, retirante, analfabeto, invasor... Reconheço a minha
condição severina, mas sou Antonia, poderia ser Maria, Joana, Benedita...
Brasil,
país gigante que deveria ser amado por todos onde todos fossem respeitados como
irmãos!
Quando o brasileiro será "brasileiro" em qualquer ponto deste imenso país?!
Artemísia
Artemísia
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