Casinha de taipa ou não
Casinha lá do sertão
Com terreiro
Com galinha Capote, pinto, capão A Flor das Bravas também
Tem a sua no coração
Tinha pé de cajarana No rio, água e cacimba
Banho era de açude
Aproveitei o que pude
Da casinha do sertãoMelancia, araçá
Carnaúba, trapiá
Murici e mata-fome
Em tempo da invernada
No verão era sol quente
Com noite enluarada
No almoço mungunzá
Feijão com pão
Rapadura
Baião de dois
Ovo frito
Carne de porco ou toicim
Feito com tanta ternura
A mãe com seu carinho
Colocava no pratinho
A comida de seus filhos
Era muita paciência
Todo dia repetia
Essa mesma penitência
Inda lembro seu olhar
O seu jeito de cuidar
Entregando a cada um
Um prato bem colorido
Pela cor do jerimum
Arroz doce, amendoim
Coalhada, queijo, manteiga
A borra é com farinha
Resta-nos a saudade
Do sertão e da casinha
Que está no coração
Chego a sentir o cheiro
Do café lá no fogão
Semana Santa
Sexta-feira da Paixão
É a espera de galo
Juventude, ilusão
Após meia noite, festa
Já é sábado de Aleluia
“carne no prato, Farinha na cuia”
Se o inverno não é bom
O pai conduz a boiada
Pras bandas do Inhamum
Porque com inverno ruim
Dos bois não escapa um
Já se o inverno era bomHavia muita festança
Tem a noite de São João
De leilão a cantoria
De Amâncio a Maracajá
Pedro Bandeira e João
Sendo muita brincadeira
Na paz e na harmonia
Aprendemos que na vida
Isso tudo nos valia
De humildade a lição
Recheada de alegria
Na casinha do sertão
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