Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


sábado, 25 de agosto de 2012

25 de agosto de 1917


               25 de agosto de 1917, tempo quente! Agosto é um mês de muito calor no Ceará. Mas a menina não escolheu. Nasceu. Como terá sido sua infância? Tímida, sem muita opção ou tempo para brincadeiras. Infância difícil. Adolescente normal. Casa-se muito jovem e se torna mãe de onze filhos. Filhos normais e saudáveis. Criou os onze. Sem muito carinho, porque não tinha tempo, com todo afeto, capaz de fazer cada um sentir o quanto era importante a sua presença na hora árdua de febre ou de dor. Cuidadosa, responsável e severa, quando precisava. Não tinha Biblioteca, mas com uma cultura invejável e conhecimento de causa, suficiente para educar a cada filho na sua fé e transmiti-los a sabedoria essencial à vida: O respeito ao outro e o amor pelo trabalho. Não brincava porque não tinha tempo, mas preparava nossos guisados quando inventávamos que éramos gente grande. Muita fumaça, olhos vermelhos, mas o domingo era só alegria. Edificava barracas de palha de carnaúba e não era arquiteta. Nossa vida era uma festa. Sem falar nas festas que íamos. Era a fada madrinha das cozinhas dos casamentos. Ensinou-nos o que sabia. Cantava canções de ninar e fazia acalmar os corações aflitos. Contava histórias de príncipes encantados e nos encantava. Era a nossa Sherazade. Não para salvar sua vida e conquistar o Sultão, mas para acalmar as nossas mentes ansiosas por mistérios e princesas. Éramos as suas princesas de um castelo real. Quando a família tinha um pai e uma mãe, muito respeito e sinceridade. Com os dois aprendemos para a vida. Como eu gostaria de ter palavras para fazê-la entender a sua importância em nossas vidas.
               Hoje é a nossa criança, aos noventa e cinco anos. Não fala. Não anda. Nela tocamos e a fazemos sentir-se em nossos braços. É o nosso retorno para ela que um dia nos embalou e nos cobriu nas noites frias ou nos dias febris. A ela, essa rainha sem coroa, mas rainha, todo nosso amor enquanto é possível. Parabéns, Rainha Edvirgens, Mãe querida!

4 comentários:

  1. Eh...

    ARTEMÍSIA:

    Um dia li uma história que era mais ou menos assim - Vou contá-la ao meu modo com minhas palavras:

    Certa manhã, um senhor muito idoso passou pelo pronto socorro e pediu a atendente para encaminhá-lo ao médico a fim de fazer um curativo urgente.

    Como o médico demorasse a atendê-lo, ele insistiu que tinha pressa, muita pressa.

    Então o médico o ouviu e o chamou.

    Iniciou o curativo enquanto perguntava, por que a pressa meu bom velhinho?

    E ele respondeu:
    - É que estou indo visitar minha esposa.

    - E onde ela está agora? Pergunta o médico.

    -Na casa dos idosos em tratamento muito longo!

    - E ela o está esperando? Pergunta o médico.
    - Não senhor, ela nem toma mais conhecimento de mim. Esqueceu tudo!

    Então meu bom velho, se ela nem sabe mais quem é o senhor, não precisa ter tanta pressa em ir visitá-la.

    E o velhinho olhando para o médico com aquele olhar de impotência respondeu:

    - É seu doutor, ela até pode não saber mais quem sou eu. Mas eu sei a importância dela na minha vida...

    E o médico silenciou. Em seguida o velhinho o viu deixar cair quatro lágrimas.
    ***********************************************

    Você tem toda razão nesta postagem.

    Não devemos amar somente aqueles que nos enaltecem, nos paparicam, mas também, e principalmente aqueles que foram nosso sustentáculo quando mais precisamos do seu amparo.

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    1. Vicente, você tem sempre boas histórias para contar.
      Seja sempre bem-vindo!

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  2. Respostas
    1. sim, A




      Sim, Andressa, saudade e gratidão expressam o que sentimos por ela sempre.

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