Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


sábado, 18 de junho de 2011

Tarde de domingo no Maracanã

Tarde de domingo ensolarado. Jogo do Flamengo no Maracanã. Quem mora no Rio de Janeiro sabe do que estou falando. É energia pura. Principalmente para quem vem pela primeira vez ao Rio.
Um grupo de seis pessoas parte de Campo Grande. A viagem é de trem. Chega, compra os ingressos, entra e senta para apreciar o espetáculo. Maracanã lotado. Flamengo contra Goiás.
Talvez menos de um por cento fosse a sua torcida.  De modo que o Maracanã era só Urubu, preto e vermelho!
Quem gosta de futebol sabe que, pode ser apenas uma pelada na esquina, os ânimos se alteram. Pior ainda num Maracanã lotado. Venda recorde de ingressos.
O grupo era um pai com dois filhos, outro pai com uma filha e um sobrinho em visita ao Rio pela primeira vez.
Tudo na paz. Espera-se o início do jogo. Até que outro torcedor que naturalmente chegou em cima da hora, não encontrando lugar para ele e o filhinho ficarem juntos, resolve perturbar a paz alheia. Começa a pedir à garota que ceda o seu lugar para o filho que é uma criança para que ele fique na cadeira a sua frente e mocinha mude de lugar. Ela se nega. Está no direito dela, chegou primeiro e não vai mudar. Está ao lado do primo, inclusive namorado. Jamais aceitaria mudar de lugar, separar-se para satisfazer os caprichos de um desconhecido, não estava em seus planos. Disse não. E não mudou de lugar.
O dito cujo resolveu encher o saco. A garota falou que não ia se separar do grupo dela para dar o lugar ao garoto. E ele continuou insistindo até que o pai da jovem, com toda sua calma e educação, interveio e disse: “ela não sai!”
Mas não custa nada ela mudar de lugar para que o meu filho, que é uma criança, fique perto de mim, aqui na minha frente, disse o homem.
Ela não sai! Cheguei cedo com a minha família. Por que você não veio cedo também para achar um lugar para ficar com seu filho? Continuou o tranqüilo pai. Equilibrado, sensato e educado. Teve de ouvir desaforos. Além de ser chamado de Paraíba, o que é discriminação. È mandado ir tomar... Ao que responde sem perder a compostura: Você está a fim de comer? O outro não entende bem o que este fala e pergunta para entender. Você está a fim de comer? Nunca mande ninguém t... Se não estiver a fim de comer. Vai comer o da... Aí foi barraco total!
Ele ficou só resmungando, mas não ouviu nem mais um pio, a não ser da torcida do Flamengo,
que aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, quando já estavam de pé para ir embora, fez um gol.
Voltaram para casa felizes com a vitória, trazendo esses fatos que ainda hoje arrancam gargalhadas de quem presenciou.

Dedicado a Paulo Victor, Ilana, Sander e Cleiton Bezerra.

Artemísia

4 comentários:

  1. Artemísia,

    Como as pessoas são folgadas. Vez, por outra, precisam encontrar um nordestino para fazer vê-los que nem só de carioca vive o homem. Tenho o maior apreço pelo Rio de Janeiro, porém com mal educados, não!

    ResponderExcluir
  2. Que prazer, Dr Sávio, encontrá-lo por aqui.
    A casa digo as palavras são sempre suas.
    Entre, comente, critique, seja sempre bem vindo.
    Um abraço.
    Artemísia e Ilana

    ResponderExcluir
  3. Mãe, você narrou tão bem esta história que, por um instante, foi como se eu estivesse lá.
    KKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!
    Eu hein, povo bruto!! rsrsrsr

    ResponderExcluir
  4. E bota bruto nisso!
    A sorte é que não era eu quem estava lá!
    KKKKKKKKKKKKKKKK!
    Já pensou a baixaria!

    ResponderExcluir