Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um dia no rio e a vida por um fio


(Foto de uma cacimba no riacho das Bravas)



Fomos ao rio buscar água.
No leito seco do rio, era cavada uma cacimba, para o abastecimento de uma população de pequenos grupos. Cada grupo fazia a sua cacimba nas proximidades de suas casas. Conforme o passar do ano, a seca aumenta e a água fica mais profunda. Porque já não é água do rio, mas do lençol freático. A areia retirada a cada dia um pouco mais, a profundidade aumenta e a cacimba se transforma em quase poço profundo.
Era janeiro e em janeiro costuma chover. Não sabíamos que a Chuva que havia caído na noite nos pregaria uma peça de dia. Fomos ao rio. A água seria para nosso abastecimento diário: cozer, beber e higiene pessoal. É rotina. Ai que saudade! Do rio, não do sufoco.
Isabel, minha irmã, um pouquinho mais velha do que eu, desce  com sua vasilha a pegar água. Está lá dentro do buraco. Um buraco muito fundo e na areia. Qual é a segurança, se a barreira resolve vir abaixo? Nenhuma! Mas a barreira não veio abaixo. O que aconteceu foi muito pior. Não aconteceu uma tragédia porque nessas horas há sempre um anjo.
A Isabel, literalmente, no fundo do poço. Primeira chuva do ano e lá vem o rio descendo com água. Claro que o rio não desce, mas a água sim. Pois lá vinha a água. Encontra fácil o caminho da cacimba e vai rodopiando e enchendo o buraco. Quase a Isabel virava a finada neste dia. Porém, como ninguém morre antes da hora, ela ainda está vivinha da silva para confirmar esta história.
E o anjo? O anjo foi o nosso tio que por ali passava em tão desesperado momento e deu a mão e a vida à Isabel.   

O tio, Anjo Salvador da Isabel, José Luís, era esposo da nossa tia Cotinha (irmã de nossa mãe Edvirgens)
Artemísia

3 comentários:

  1. As palavras,registradas neste espaço como brincadeiras,são verdadeiras lembranças da minha adolescência e juventude.

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  2. Quem foi o tio, Dona Antonia? Ele não merece uma história? É mais um na minha família que não conheço.

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  3. Oh, meu querido Hilario, obrigada. O tio é José Luiz, esposo da tia Cotinha. Os avós maternos do Prefeito José Helder.

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