Palavras de amor, palavras de afeto, palavras de alegria, palavras de amizade, palavras de carinho. São tantas palavras... Palavras, palavras...


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Bar Da Macaca

  

  Certa vez chegou um circo em Várzea Alegre, que tinha como principal atração uma macaca gorila. Um dia lá a macaca escapou da jaula e saiu pela cidade acompanhada de algumas crianças. Chegando na Av. Getúlio Vargas, outros meninos que estavam brincando no calçadão também seguiram o animal. Quando já tinha em torno de quarenta garotos a macaca inventou de entrar no bar de Joaquim Orelha. Aí foi um Deus nos acuda. Uma ratoeira desarmou-se pegando o dedo da macaca que deixou ela enfurecida. A macaca ficou com a macaca. Quebrou cadeiras, mesas, garrafas e ainda jogou as bolas da sinuca na cabeça do neguinho de João Lopes.  Depois se acalmou um pouco e se comportou com generosidade abrindo coca-cola e distribuindo para a meninada.
Mandaram chamar o proprietário no mercado quando ele chegou foi quase louco, queria porque queria pegar a macaca.
Nesse momento chegava a imprensa para fazer a cobertura da matéria, quando o repórter Pedro Jorge chamou a atenção do proprietário:
- Não adianta Seu Joaquim. Para se pegar um animal desses tem que atrair ela com bananas e em seguida jogar um pneu para laçar.
- E adondé qui eu vou arrumar um pneu?
Um dos garotos que tinha sido contemplado com uma coca-cola e uma broa resolveu trair a macaca:
- Eu sei quem é qui tem um pneu. É Punduru.
- Apois    e  diga  a  ele  qui  eu mandei dizer qui ele viesse trazendo  o  pneu  pra  nós  pegar  essa  condenada, antes qui ela faça eu voltar pra roça.
Quando Punduru chegou foi trazendo um pneu de lambreta.
Joaquim orelha mal agradecido Disse:
- Arre égua Punduru!  Cuma é qui nós ramo laçar essa bicha desse tamãe, cum um pneu do tamãe duma liança?
Punduru falou igual a mãe de anão:
- É pequeno mais é meu! E quer saber duma coisa? Eu num vou ajudar a pegar macaca mais não, eu num sou dono de circo nem bar.
Nessa hora como o movimento já tava muito grande, a macaca notou que tinha sido traída por um aliado e não deixou mais nada inteiro, depois que ela quebrou tudo, sentou-se no balcão, cruzou as pernas e acendeu um cigarro Mistral para relaxar.
Foi nesse momento que chegaram os funcionários do circo com um cacho de bananas e uma rede de nylon para imobilizar o animal. Na saída do bar a macaca ainda se virou e deu tchau para a meninada.
Depois desse acontecimento o estabelecimento ficou sendo chamado de: BAR DA MACACA,

(Mundim do Vale)

Nenhum comentário:

Postar um comentário