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quinta-feira, 21 de abril de 2011

A mala


Minha irmã Francisca, meiga, mansa, boa como uma samaritana, foi passear em Fortaleza. Noiva. Foi ao encontro do querido que lá residia com a família.
 Pobre, humilde, mas uma jóia de garota.
Sempre tivemos o mesmo porte, praticamente o mesmo corpo.
Dividíamos ou somávamos nossas roupas.
Escolheu as melhores, dentre as que tínhamos e viajou.
Ficou uma semana. Divertiu-se. Curtiu praia, cinema e tudo mais que a Capital e o noivo pode oferecer. Foi um passeio maravilhoso, daqueles que se guardam na memória para contar aos netos. Tudo teria sido perfeito, não fosse a mala. Pois é. Quem diria uma simples mala estragar um passeio! Não digo o passeio, mas as recordações que deveriam ser para sempre, marcando um período em sua vida. Marcou. Não como ela gostaria que fosse. Vejam o que a vida reservou à pobre turista. Passeios, brincadeiras, diversões. A volta. Ela e o noivo tomaram um táxi que os levou à Rodoviária. Ela empolgada com o passeio, sem o hábito de viajar. O noivo experiente, vivendo na Capital. Simplesmente esqueceram a mala. Isso mesmo. Chegaram à Rodoviária de onde ela seguiria para o interior, esqueceram a mala no táxi!
Como recuperar uma mala que se vai com o taxista numa cidade grande? Talvez hoje, na era de tantos e tão modernos meios de comunicação, mas há mais de trinta anos, era impossível!
Perdemos, ela e eu, nossas melhores roupas que não serviam para o taxista. Vender, não tinha valor. Usar, não sei o seu porte, seu estilo...
Perdemos os objetos com a mala, mas erguemos a cabeça e fomos à luta conquistar novas tranqueiras. Não choramos. Chorar não resolve certas situações, mas ainda lembramos dos vestidinhos que se foram com a mala.

Artemísia

2 comentários:

  1. Arté, você esqueceu de dizer que nossa irmã Corrinha também estava no Táxi e que o veículo nos levava para a casa de Dr. Pedro. O então noivo, Cyrle, passou o resto do dia na busca da referida mala, ligando para as rádios e dizendo as características do táxi, mas tudo em vão. Arté, o sorriso foi inevitável ao ler (e lembrar) esta estória trágica mas engraçada. Abraços de sua irmã Tica!

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  2. Sabe, realmente eu não vivi a estória, então quem conta um conto aumenta ou esquece um ponto!
    Que bom que o casal protagonista da minha memória tem acesso a ela para fazer os comentários devidos acrescentando os detalhes esquecidos.
    Obrigada, rerim, por você e por Tica.
    Um abraço.
    Boa Páscoa a todos vocês!

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