A parte inicial dessa história aconteceu na cidade de Várzea Alegre. Foi um tanto dramática, mas a minha intenção aqui não é impressionar ninguém. É apenas mostrar que existe um atalho divinal para os nossos dramas.
Queria eu ter a capacidade dos meus colegas do blog, para postar esse texto com o valor espiritual que ele possui.
No ano de 1.974 faleceu minha mãe , depois de um sofrimento profundo por conta de um perverso câncer de colo uterino. Além do sofrimento por conta do sentimento de perda, eu confesso que fiquei um tanto confuso com aquela situação. No meu pensamento de revolta, questionava com Deus, por não ter estendido pelo menos mais um ano de vida, para que aquela professora tivesse a alegria de ver o seu primeiro filho formado, já que havias vários dos seus ex alunos, formados nas mais diversas atividades. para falar apenas em um deles eu posso citar o médico Raimundo Sátiro, irmão da nossa colaboradora Artemísia, que prestou uma assistência contínua a sua ex professora, nos seus últimos dias de vida e sofrimentos. Assistência da qual nós somos gratos até hoje.
Depois dos meus questionamentos, parei um pouco para pensar melhor e veio a lembrança de outra passagem na vida daquela guerreira, no ano de 1.953, quando ela tinha apenas quatro filhos, sendo eu o mais velhos deles com sete anos. A professora teve uma doença diagnosticada como febre paratifóide, que ficou enferma no fundo de uma rede, onde já não podia ficar sentada.
Mesmo sendo assistida pelo Dr. manoel Gonçalves de Lemos, estava condenada a óbito.
Num dia de quinta feira a enferma teve uma piora. Foi aquele corre-corre na nossa casa, muitas visitas, muitos choros e muitas rezas puchadas por Zefa do Sanharol, Emília Gadelha e Luzenir Aquino. Uma hora lá eu escutei dona Adelina Siebra dizendo entre um soluço e outro:
- Meu Jesus! Irací não passa dessa noite.
Meu pai pediu para que Geralda Batista trouxesse as crianças para a bênção final e em seguida nos retirasse, para evitar tantas lágrimas. Nós ficamos isolados em um quarto, na companhia de madrinha Canuta e Geralda Batista.
No dia seguinte chegou na nossa pequena cidade o Sr. Jorge Siebra, que era casado com uma tia do meu pai. O Sr, Jorge sabendo daquela situação, foi até a nossa casa e pediu para examinar a enferma. Depois do exame mandou providenciar uma grande quantidade de água fervida com bastante macela, em seguida pediu a ajuda do meu pai e fizeram uma lavagem intestinal. Ao terminarem o procedimento a enferma abril os olhos e começou a dar sinal de melhora.
No sábado pela manhã eu já ví minha mãe ladeada por por Marlene Salviano e Josélia Vieira, ensaiando alguns passos na sala. Fui até o quarto onde estavam meus irmãos, Geralda Batista pôs a minha cabeça no seu colo e eu perguntei:
- Lalái Mamãe vai escapar não vai?
- Vai sim. Ela já está melhorando, graças a Jorge Siebra e São Raimundo Nonato.
No domingo pela manhã ela já conversava e caminhava só.
A notícia da progressiva melhora, correu pela cidade e pelos sítios como fogo em algodão.
Por volta das cinco horas da tarde eu fui até a calçada e me deparei com a rua Padre José Alves, lotada de gente, desde a porta da igreja até a margem da lagoa de São Raimundo. Até então eu só tinha visto aquela quantidade de gente, no dia que Frei Dameão chegou na cidade para as missões.
Oito dias depois a guerreira já estava dando aulas nos três turnos.
Foi lembrando da solidariedade daquela boa gente e da felicidade da família, que eu deixei de ser tão possessivo e fiquei entendendo que o anjo Jorge Siebra tinha sido enviado por Deus, para que aquela guerreira tivesse mais vinte anos de vida, para dar sequência ao trabalho de educação e orientação aos seus filhos e seus conterrâneos.
Dedicado aos meus irmãos e a todos que foram alunos da educadora IRACÍ.
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